Encarregado de receber e debater sugestões à proposta de reformulação do IPE Saúde pelo governo do Estado, o chefe da Casa Civil, Artur Lemos, tem recebido partidos e entidades em uma maratona de encontros. Na quarta-feira (26), por exemplo, ele se reuniu com as bancadas do Republicanos, do Novo e do Partido Liberal (PL), além do Sindicato Médico do Rio grande do Sul (Simers). Lemos já teve encontros também com bancadas da base do Piratini, a do Progressistas e a do PDT, na segunda e terça-feira, respectivamente.
Pela proposta apresentada pelo governo Eduardo Leite (PSDB), a contribuição dos usuários passa de 3,1% para 3,6%, mesma alíquota estabelecida para o Estado. A reformulação prevê, ainda, a cobrança dos dependentes calculadas com referência na mensalidade do titular do plano. Com isso, os valores irão variar de R$ 49,28 a R$ 501,90. Como, segundo diagnóstico do Estado, mais de 50% dos titulares do plano tem acima de 59 anos, haverá a mensalidade com base na idade dos usuários do plano.
Alguns partidos já entregaram contribuições. Esse foi o caso do PDT. Diminuir o impacto para quem ganha menos e proteção a dependentes com deficiência foram duas das sugestões apresentadas. A bancada também propôs a revisão geral anual dos salários de todos os servidores como medida para amenizar as despesas dos usuários com as mudanças no plano. “Nossa bancada entende que deve haver uma reestruturação do IPE Saúde. Porém, entregamos ao governo um documento com sugestões para amenizar os custos com dependentes para os que ganham menos”, disse o deputado Airton Artus, vice-líder da bancada do PDT.
Já no encontro com o Sindicato Médico do Rio Grande do Sul (Simers) também participaram representantes do Conselho Regional de Medicina (Cremers) e da Associação Médica do RS (Amrigs). Na reunião, Artur Lemos fez uma exposição da proposta. Conforme o presidente do Simers, Marcos Rovinski, o governo esclareceu, em parte, o valor que seria destinado aos médicos, dentro da projeção de R$ 750 milhões a mais por ano nos cofres do IPE Saúde, para solucionar o atual déficit do órgão. “Caso o projeto seja aprovado como está pela Assembleia Legislativa, cerca de R$ 140 milhões seriam destinados aos honorários médicos e hospitalares. O que ainda é insuficiente para recuperar mais de uma década de defasagem aos profissionais”, afirmou Rovinski.
Os médicos paralisaram os serviços até a próxima terça-feira, atendendo somente urgência e emergência pelo IPE Saúde. Nesse dia, a categoria fará uma assembleia extraordinária quando o sindicato apresentará a proposta do Palácio Piratini. Nesta quinta-feira (27), os encontros prosseguem com a bancada do Podemos e, na próxima terça-feira com União Brasil, MDB e PSDB, legendas da base do governo.